Matérias

Testes com a Honda CBR 250R.

Image gallery 04/01/2013
Leitores, simpatizantes e apaixonados pelo mundo das duas rodas, primeiramente peço humildes desculpas pelo enorme espaço de tempo entre uma matéria e outra. Sei que existe um público com muita sede de novidade e principalmente carência quando se trata de informações com fontes mais próximas ao público paraibano, sei disso pois já dependi apenas de revistas e web sites de outros estados, sei bem do sentimento que é como se existisse algo inalcançável entre o leitor e o autor dos testes e texto, e isso é frustrante. Desta forma aqui venho me aproximar mais de vocês, interessados e curiosos sobre modelos que aqui irão ser testados e comentados, me coloco a dispor sobre qualquer crítica ou dúvida, esse é o papel e objetivo do Garagem83, estar próximo, estar em par com seus leitores. Obviamente agradeço a diretoria do Garagem83 por este espaço aqui concedido, e ratifico o desejo de aqui comunicar-lhes sobre o que há de melhor no mundo das duas rodas. O motivo desse grande vácuo na produção foi por conta de um acidente sofrido por mim onde comentários não são pertinentes a este texto.

Vamos ao que realmente interessa:
 
No nosso teste, tivemos a oportunidade de conviver com um modelo que me chamou muita atenção em pontos que iremos expor a seguir, de fato antes de pre conceituar peço a vocês leitores que leiam a matéria de mente livre e entendam o que desejo transparecer a vocês, esqueçam tudo que você ouviu ou preconceituou.

Nossa estrela da vez é a Honda CBR 250R, moto essa que chegou ao mercado nacional neste ano de 2012 com a tarefa de atrair clientes que antes tinham como opção a Kawasaki Ninja 250R e a Kasinski Comet GT-R 250. Veremos a seguir esta questão.

De fato ao dirigir a pequena esportiva da Honda se percebe que o “R” exposto em sua carenagem poderia muito bem ser substituído por um “F”, afinal a CBR 600F tem um “F” estampado na carenagem e nem por isso é humilhada e espancada pela concorrência. De fato é uma moto para se divertir, curtir a paisagem e sentir o rodar gostoso e não para se extrair esportividade extrema ou algo do tipo. Portanto esse “R” na minha opinião é questão de marketing da senhora Honda.

Colocando de lado este fato dito acima vamos aos detalhes... Ao se aproximar da bebê CBR nota-se de primeira o acabamento primoroso com arremates perfeitos e peças devidamente nos seus lugares. Ao maltratar o banco da pequena com minha humilde bunda magra (brincadeiras a parte..), nota-se um painel muito bonito e acabamentos de interior de carenagem a fazer inveja a muita 600cc carenada por ai. O design dela é notoriamente inspirado na Honda VFR 1200F (Pergunta que assola meu pensamento: Tem um “F” na VFR, porque a CBR é dotada de um “R”?), uma moto de espírito estradeiro com apelo para o conforto e comodidade e não em supra sumo esportividade. No geral uma moto bonita de ótimo acabamento.

Agora vamos falar da discrepância que esse “R” pode causar. Vejamos, a senhora Honda resolveu cravar um “R” na pequena CBR, isso faz com que entendedores do motociclismo ou motociclistas esperem uma certa esportividade do modelo, quando de fato a moto está mais para uma “F” que vem do inglês “FUN”, que significa “DIVERSÃO” e nisso ela realmente é boa, sem mais.

Agora que já introduzi um pouco de minha linha de pensamento em seus olhares críticos, venhamos e convenhamos que a CBR 250R tem um público alvo diferenciado do das suas concorrentes Kawasaki e Kasinski, na minha opinião a CBR compete em preço e não em proposta, o que ocorre com a Honda CB 600 Hornet e a Yamaha XJ6 no Brasil, motos de propostas diferentes porém com preços equiparáveis que terminam dividindo público. Gostaria de receber comentários sobre essa minha óptica, acredito que depois de lerem e raciocinarem nesta vertente de pensamento vocês irão compactuar dessa ideia comigo.

Ao guiar a nova CBR logo se destaca a facilidade e maneabilidade da motocicleta, de fato me surpreendeu. O motor monocilíndrico refrigerado a água tem comportamento dócil e progressivo, te chamando pra o desfile e não pra uma experiência mais radical. Sua suspensão é um tanto quanto dura, faz parte de seu estilo, compensa pela posição de pilotagem que é bastante ereta pra uma moto carenada, se pilota confortavelmente sem pressão sobre os punhos e nem dores na coluna.

Apesar de o modelo testado não ter sistema C-ABS de frenagem, gostei muito da resposta dos freios e da sensação de segurança ao frear pois nota-se que a suspensão em conjunto com os freios casam perfeitamente, tanto traseiro quanto dianteiro. Na dianteira disco de 296mm com pinça de dois pistões e na traseira um disco de 220mm com pinça também de dois pistões.

Um ponto muito positivo no meu ver é que não escutei nenhum ruído vindo das carenagens, é extremamente silenciosa ao rodar, importante ressaltar que nossa moto estava com aproximadamente 650km rodados.

A principal diferença perante suas concorrentes é que ela possui um motor de apenas um cilindro que detém 4 válvulas no cabeçote, essa característica comprova a aptidão para um passeio tranquilo e entrega de torque em baixas rotações, diferente de suas concorrentes. Além de deter em torno de 26cv contra mais de 30cv quando o assunto são suas “arque inimigas” de dois cilindros, ainda mais agora com a chegada da Kawasaki Ninja 300 que está prometendo 39cv (veremos).

Comparar a Honda CBR 250R com a Kawasaki Ninja 300 por exemplo, é querer comparar Kawasaki ZX 6R com CBR 600F. Uma “R”, Racing, contra uma “F”, Fun. Por isso não simpatizei com esse “R” cravado na carenagem da CBR 250R, pois ele abre um leque de discussões desnecessárias. São 2 motos e 2 propostas, precisamos entender isso.

O consumidor da CBR 250R é aquele que procura bom acabamento, e uma maior versatilidade, podendo usar uma moto bonita e diferenciada na cidade com mais conforto e poder abusar um pouco de uma estrada, esse é o alvo, essa é a ideia que o conjunto te passa. Nisso ela dispensa criticas maldosas, ela exerce o papel com primor e melhor que suas concorrentes de 2 cilindros com entrega de torque mais na frente (característica de esportivas) o que remete a giro alto e pista pra esticar.

Ficha técnica:

Motor:
Monocilindro vertical / 4V DOHC / 249 cc / refrigeração a líquido
Alimentação: injeção eletrônica digital
Ignição: eletrônica digital
Partida: elétrica
Potência (cv a rpm): 26,4 a 8 500
Torque (mkgf a rpm): 2,42 a 7 000

Câmbio:
6 marchas, transmissão final por corrente

Chassi:
Quadro: tubular de aço

Suspensão:
Dianteira: telescópica convencional de 37 mm de diâmetro e 130 mm de curso
Traseira: monoamortecedor com sistema Pro-Link e 138 mm de curso

Freios:
Dianteiro: discos de 296 mm de diâmetro e pinças de 2 pistões
Traseiro: disco simples com 220 mm de diâmetro e pinça de 2 pistões

Pneus:
Dianteiro: 110/70-17
Traseiro: 140/70-17

Dimensões:
Comprimento (cm) 203
Largura (cm) 709
Entre-eixos (cm) 136,9
Peso em ordem de marcha (kg) 161/169 ABS
Altura do assento (cm) 78
Tanque (l) 13

O modelo foi concedido pelo amigo Hugo da Silva Florentino, deixamos aqui o agradecimento pela confiança e pela gentileza de nos acompanhar nos testes, tomadas de vídeo e seção de fotos. Parabéns pela aquisição, nós do Garagem83 desejamos muita felicidade com o seu novo brinquedo, muitos quilômetros de estrada pra você meu amigo.

Confira a Galeria de Fotos: Clique Aqui

Texto: Thiaggo Evaristo
Fotos/Vídeos: Garagem83

Garagem83 - O Portal Automotivo do Nordeste!


Redes Sociais:

Produzido por Competiva Agência Interativa