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Show de Wheeling será uma das atrações do Track Day Garagem83

Image gallery 15/02/2012
Com mais de 12 anos de estrada, o piloto paraibano de Wheeling (acrobacias de motos) Halley de Amorim (Equipe: Halley Wheeling Show) será uma das grandes atrações do 1º Track Day promovido pelo Garagem83 no Autódromo Internacional de Caruaru/PE (11/03/2011). Patrocinado pela SHINERAY, ele é o atual campeão Brasileiro de Wheeling. Atleta pioneiro desta categoria na Paraíba, além das apresentações Brasil afora, também realiza eventos e palestras de conscientização no trânsito e pilotagem consciente. Acompanhado da esposa Vanessa Pacorelli na maioria das apresentações em motocicletas, Halley mesmo com o tempo reduzido de atleta devido aos seus vários compromissos profissionais, ainda encontra espaço para tocar o projeto “Pilotos do Amanhã”, com a finalidade de formar novos atletas de Wheeling: “Realizamos shows beneficentes em locais fechados para arrecadar alimentos para famílias carentes do meu estado. Para mim não é só esporte. Deus me deu o dom e quero usá-lo para a glória de Deus!".

Na busca por quebrar seus próprios recordes, Halley de Amorim terá nova chance em um evento que será realizado entre os dias 01/04 de Março de 2012 na cidade do Recife/PE, o “Recife Duas Rodas”, que também terá a cobertura completa do Garagem83. Recentemente o piloto foi o Campeão da 1ª Etapa da Copa Paulista de Wheeling em 2011. Entre os inúmeros troféus que coleciona acomodado na sala de sua residência em Camboinha, Halley concedeu esta entrevista ao Garagem83 contando um pouco de sua trajetória marcada por muitas dificuldades e que também já pensou em parar, mas sempre dando a volta por cima com muita fé em Deus e perseverança num esporte que é a sua paixão desde a infância.

G83: Quando começou esta paixão por duas rodas?

Halley de Amorim: Então, desde criança eu tive este sonho dentro do coração. Sempre fui amante das duas rodas, das bikes... e o mundo das motos sempre me fascinou. Vim de uma família simples, humilde que não tinha condições de possuir uma motocicleta e com muito esforço comprei minha primeira moto, por sinal, uma moto muito velha, antiga, ano 1986. E por ser uma moto antiga não oferecia recursos para a prática do esporte. Mesmo assim fui aos poucos me formando e praticando, trocando por motos melhores, até chegar ao ponto que cheguei hoje. Já faz 12 anos que eu me profissionalizei; hoje sou um piloto profissional, reconhecido nacionalmente pela Federação Brasileira de Wheeling e também pela Nordestina, no Brasil todo e em alguns países da Europa. Então hoje fico muito feliz em ver meu trabalho rompendo barreiras além-Paraíba e internacional. Fico muito feliz mesmo!

G83: Você teve algum “mentor” que lhe incentivou a entrar neste mundo do Wheeling?

Halley de Amorim: No tempo quando comecei não tinha o auxílio da Internet... então era mais difícil do que hoje. Mas eu me inspirei mesmo num brasileiro chamado Antônio Carlos Faria, ele foi morar na Espanha e praticamente este esporte começou com ele, pois até hoje é conhecido como “Rei do Wheeling”; ele tem muitos anos, levou o esporte para a Europa, para o mundo... Então eu vendo aquele estilo dele realizar as manobras eu me apaixonei e quis também praticar o estilo americanizado, que é um estilo diferente de equipes, onde o piloto se apresenta com várias motos (que é o meu caso! Com motos de baixa cilindrada, de alta cilindrada), e uso agora com os quadriciclos, onde também utilizo minha esposa para aumentar o grau de dificuldade das manobras e a quantidade delas. Então, o Antônio Carlos Faria foi uma grande inspiração pra mim por ter divulgado o esporte mundialmente.

G83: Você cria ou copia novas manobras?

Halley de Amorim: Eu sempre procuro “pegar” a tendência mundial hoje que é o estilo americanizado de manobras rápidas com um grau elevado de dificuldade, onde a gente procura utilizar as extremidades da moto, como tanque, guidom, laterais e a parte que nós chamamos de “churrasqueira”, ou seja, a parte traseira; e hoje é de uso obrigatório o freio dianteiro, aumentando muito o grau de dificuldade... Então eu copio algumas manobras, claro, mas tem muitas manobras que eu mesmo crio, tendo um estilo próprio. Então quando eu vou para os campeonatos os locutores dizem sempre: “Olha, ele tem um estilo próprio... ele gosta de criar suas próprias manobras!”. Eu tenho esse diferencial.

G83: A tecnologia nas motocicletas ajuda ou dificulta na questão do Wheeling?

Halley de Amorim: Ela facilita, né!? Antigamente nós fazíamos um monte de gambiarra, de preparação na carburação da moto e ainda tinha o risco dela falhar, afogar... Então hoje com a injeção eletrônica tanto faz a moto estar na baixa quanto na alta, no frio quanto no calor, ela funciona perfeitamente bem; fora o uso do freio a disco, as mangueiras em aerokip, os adereços que hoje a gente usa... Então tudo isso ajuda muito o desenvolvimento das manobras. Você vê essa explosão do esporte e o nível altíssimo das manobras que eleva cada vez mais o esporte. Tá uma coisa sem limites, tá sem limites! Isso faz os pilotos se superarem mais e mais pelo uso de toda essa tecnologia na motocicleta.

G83: Me fala um pouco sobre este seu novo patrocinador, a SHINERAY.

Halley de Amorim: Há 5 anos atrás eu conheci uma pessoa, chamada Leomar de Toscano, que hoje ele cuida das relações institucionais da empresa SHINERAY DO BRASIL. Essa pessoa se mostrou muito atenciosa, então vendo o meu trabalho se interessou numa parceria futura; então se passaram 5 anos de análise, e durante estes 5 anos muita coisa aconteceu na minha vida; então a gente fechou esta parceria e graças a Deus hoje, através da SHINERAY, eu pude correr circuitos nacionais, eu pude participar de circuitos nordestinos, pude estar em mídias nacionais como programas de TV “Qual o seu talento?” e “Se vira nos 30”. E também está proporcionando eu poder quebrar alguns recordes.

G83: Você já pensou em desistir?

Halley de Amorim: Seria hipocrisia eu dizer que não, eu passei por dificuldades. Tive um momento da minha vida em que foi muito difícil de verdade! Eu procurava uma saída e não achava. Me faltou patrocínio, me faltou shows, me faltou oportunidades, então, muitas das vezes a gente quer olhar as coisas pelo lado humano fica bem difícil, mas, com a fé firme em Deus eu encontrei força na palavra de Deus pra vencer estes gigantes que muitas vezes são invisíveis na vida da gente; e vencendo estes gigantes eu pude provar que com Deus tudo é possível. Então hoje Ele supriu as minhas necessidades, Ele me deu condição, Ele me levou além das fronteiras da Paraíba e muitos diziam que eu não iria passar da fronteira de João Pessoa, nem da Paraíba. E hoje quando eu vejo meu nome ser falado em muitos lugares do Brasil e do mundo eu fico muito feliz.

G83: Você está prestes a participar do “Recife Duas Rodas” onde vai tentar quebrar alguns de seus recordes. Fale-nos um pouco sobre estes recordes.

Halley de Amorim: Logo quando eu recebi um quadriciclo da SHINERAY eu comecei a treinar forte... eu sempre quis superar a mim mesmo, pois eu sempre quis superar a minha pessoa e nunca superar alguém. Então, superando a mim mesmo eu comecei a romper barreiras e até quebrar recordes. No final do ano passado eu quebrei um recorde ao começar a empinar um quadriciclo na posição de costas sem a parte frontal, ou seja, sem as rodas; esse foi o meu primeiro recorde. Logo depois eu quebrei outro recorde ao fazer uma manobra chamada “oito”, onde você desenha um oito empinando a frente da moto na posição sentando, nunca antes tentado por alguém. E vendo o piloto Christian Pfifer, o tetracampeão mundial de Wheeling, em 2006 quebrar um recorde de velocidade em círculos ao fazer em 30 segundos 15 giros, eu comecei a treinar e hoje graças a Deus eu o consegui superar. Hoje o meu recorde é fazer em 30 segundos 20 giros! É uma manobra em que o piloto fica muito tonto por girar rápido demais e é uma manobra muito difícil de se executar.

G83: E sobre os recordes do Guiness?

Halley de Amorim: Nós queríamos fazer muito esta homologação desses recordes, que fossem registrados com a presença da equipe do Guiness Book. Alguns vídeos já estão no Youtube, mas, graças a Deus com o apoio da SHINERAY que está dando todo o suporte para realizarmos este sonho logo no começo de Março no “Recife Duas Rodas”, essa tentativa de quebra de recorde que se Deus quiser iremos trazer esse recorde pro Brasil, superando a mim mesmo.

G83: Porque o Wheeling ainda não é tão difundido quanto outros esportes?

Halley de Amorim: Por não ter uma tradição de esporte olímpico, os esportes radicais e em especial, os motorizados, ainda é preciso abranger outras classes sociais. Hoje o Wheeling, através da Internet, teve uma explosão mundial... eu posso dizer que “uniu” os mundos. Hoje no Brasil já existem campeonatos nacionais, campeonatos locais, federação, associações e até confederação. É uma questão de tempo para este esporte atrair mais admiradores! E com o surgimento de novos pilotos vai se fortalecer, assim como aconteceu com o Freestyle Motocross que está bastante difundido mundialmente. O Wheeling também vai chegar a um nível desses e até como a popularidade do futebol.

G83: Existe escola de Wheeling?

Halley de Amorim: Sim, eu cheguei também a dar aulas, mas devido a minha agenda apertada eu parei. Mas eu tenho um projeto que, se Deus quiser, vai dar tudo certo, que é ter uma escola pra dar aulas para crianças carentes. Esse esporte é o meu trabalho e quero fazer com que surjam novos pilotos, novos talentos e outras pessoas darem continuidade a este sonho.

G83: Até quando você pretende praticar o Wheeling?

Halley de Amorim: (risos)... A gente tem um amor tão grande né! Idade é só um número, não é? Eu vejo pilotos hoje como o Christian Pfifer que tem 42 anos de idade... eu vejo Antônio Carlos Farias que andou até os 53 anos de idade e outros tantos pilotos; então, é um esporte de longevidade que exige sim do corpo mas, conforme você for controlando a alimentação, tendo uma vida saudável você consegue rodar, bem diferente do futebol, se consegue ter uma vida bem longa no wheeling. Eu espero rodar até quando não aguentar mais... até quando Deus permitir.

G83: Você tem um sonho?

Halley de Amorim: Essa questão é interessante porque é muito importante... todo mundo em si tem que ter um sonho e acreditar nestes sonhos; muitos dos meus sonhos já se realizaram, outros estão se realizando, outros vão se realizar. Mas assim... eu sempre digo: acredite nos seus sonhos inspirados por Deus e fazer acreditar que o impossível pode se tornar possível. O sonho pra minha família era impossível e hoje está se tornando possível. Então quem está acabando de ler esta matéria: acredite nos seus sonhos, nos sonhos que Deus colocou no seu coração e nunca dê ouvidos àquelas pessoas que dizem que você não vai chegar, que você não é capaz! Se você tem um sonho, corra atrás dele e ponto. Então, você amando o teu trabalho e realmente se você acredita você acaba alcançando. Não tenha nada que seja impossível se você coloca Deus em primeiro lugar na tua vida e tem sonhos no teu coração. Sonhe, sonhe bastante e nunca deixe que ninguém mate teus sonhos!

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Reportagem: Wellington Sena
Fotos: Cedidas pelo entrevistado 

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