Usuários e lojistas de João Pessoa se reuniram no início de 2011 para defender um hobbie praticado por milhares de pessoas em todo o país: o som automotivo, que consiste na instalação e ajustes de equipamentos sonoros em automóveis de passeio.
A mobilização dessas pessoas determinou o pioneirismo da Paraíba na criação da primeira Associação dos Usuários, Lojistas e Trabalhadores do Som Automotivo do país, a ASOM/PB. Dentre os objetivos da entidade estão a organização, a educação e a defesa do direito de quem pratica o som automotivo, além da realização de campanhas de conscientização para a prática e o fim da discriminação do hobbie no Estado.
O presidente da ASOM/PB, Fabiano Marques, explica que em todo o país existem usuários que não respeitam horários e locais para praticar o seu hobbie, transformando esta modalidade de entretenimento em estatísticas reais de reclamações junto aos órgãos de fiscalização ambiental, como a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM), em João Pessoa, por incomodar as pessoas com o barulho.
“Por conta de uns, todos pagam e, também por isso, os usuários se associaram para promover movimentos e campanhas de conscientização aos praticantes do hobbie. A idéia é fazer com que a sociedade entenda que assim como qualquer outro cidadão tem preferência a praticar um hobbie como jogar bola, motocross, ou qualquer outro, também pode praticar o som automotivo sem discriminação e sem incomodar quem não gosta”, observa o dirigente.
Hoje, os chamados “paredões” são facilmente detectados pelas ruas da Capital paraibana. “São milhares os praticantes do som automotivo na cidade”, diz o presidente da ASOM/PB, enfatizando que outro objetivo dos representantes da entidade é conseguir um local próprio para a prática do hobbie.
“Lutamos pela construção de um autódromo na Capital onde possa ser realizado esse tipo de evento, assim como trazer a Paraíba algumas das etapas nacionais de fórmula 3, Truck, arrancadas, e ainda ser um espaço para a prática de direção defensiva, auto escola pública, dentre outros serviços e apresentações. Esse tipo de espaço vai garantir que a juventude amante do hobbie e pilotos amadores paraibanos sejam o centro das atenções automobilísticas da região, visto que a Paraíba está localizada entre os Estados de Pernambuco e Rio grande do Norte”, frisa Fabiano, ressaltando que a realização de campeonatos, encontros e outros eventos do gênero atrairiam turistas e usuários de todos os Estados.
Segundo o presidente da ASOM/PB, alguns campeonatos de som automotivo já são homologados e praticados em outros Estados. “Há diversos campeonatos dos quais a comissão julgadora é homologada pelo IMETRO. Podemos praticar em sítios, ginásios, casas de shows com estrutura de acústica, praias em horário diurno onde haja o aval dos barraqueiros, enfim, onde seja garantido, sobretudo, o direito do silêncio alheio”, elucida o dirigente, citando ainda o caso de João Pessoa. “Aqui podemos praticar o hobbie levando em consideração a lei municipal 050/2008 assinada pelo então prefeito Ricardo Coutinho”, destaca.
Quanto às fiscalizações de poluição sonora, o presidente da entidade observa que já aconteceram diversas conversas no sentido da Associação contribuir com o trabalho da SEMAM na erradicação do problema, porém, o dirigente também enfatiza que existem abusos de poder sendo praticado por alguns fiscais do órgão no momento da abordagem.
“Multas em torno de R$ 5.000,00 sem o direito de ser advertido previamente sobre a suposta poluição sonora e sem a devida aferição dos decibéis, é sem sombra de dúvida, ir de encontro à lei 050/2008 e 029/2002”, desabafa Fabiano. Ele acredita que com a formação da ASOM, a realização de campanhas educativas se tornará a maneira efetiva de combater abusos e organizar a classe.
“Vamos garantir o direito a praticar o hobbie, porém sem incomodar o silêncio e sossego alheio”, avisa o presidente, informando que quem desejar se associar à entidade deve ligar para o número (83) 8710.7241 ou se dirigir à sede da ASOM/PB, que fica na Av. Vasco da Gama, 803 – Jaguaribe. A entidade se mantém das contribuições simbólicas de sócios efetivos, lojistas e trabalhadores do ramo.
